O Brasil é o quinto pais que mais mata mulher no mundo. Em 2018 segundo a Organização Mundial da Saúde o número de assassinatos a mulheres era de 4,8 para cada 100 mil mulheres. Os anos se passavam e os números de Feminicidio só aumentavam, os dados apontam que entre os anos de 1980 e 2013, aproximadamente 106 mil pessoas morreram por serem mulheres.
Muitas vezes a figura de "Machão" do homem pode leva-lo a tomar algumas atitudes grosseiras dentro de casa. O relacionamento abusivo pode ser um passo para o Feminicidio, o caso de mulheres que sofreram algum tipo de violência em casa subiu ao decorrer dos anos.
E muitas vezes é dentro da própria casa que tudo começa, o primeiro grito, a primeira agressão, o assassinato.
Foto: Miguel Schincariol
A Masculinidade Tóxica gera o machismo e machismo mata, isso é fato!
Diga não ao machismo, diga não ao feminicido.
Já fizemos um post sobre os perigos da masculinidade tóxica para os homens, clique aqui para ler, mas na nossa pesquisa criada por nós do desentox, que contou com mais de 100 respostas, perguntamos as pessoas se elas tinham algum relato sobre o assunto, algo que já tivessem vivenciado ou presenciado e ficamos chocados com as respostas, recebemos até mesmo casos de estupro.
Essas respostas nos mostram que a masculinidade tóxica precisa ser abordada mais frequentemente, precisamos falar sobre isso, refletir e mudar os nossos conceitos masculinos tóxicos. Leia abaixo alguns relatos anônimos da pesquisa feita por meio do Google Forms.
Cada caso mais chocante que outro, é muito entristecedor pensar que padrões simples como a "cor de menino" ou "homem não pode chorar" afeta a nossa sociedade, as nossas crianças e principalmente acarretam diversos perigos ao longo da vida, para todos, homens e mulheres, novamente: precisamos falar sobre isso.
Até mais,
Gisele Cidade
Homem não chora. Não tem sentimentos. Não pode ser "afeminado". Não é fraco. É agressivo. É altamente sexual. E tudo isso são padrões da masculinidade tóxica impostos sobre o gênero masculino. Todas essas imposições na vida do homem desde a infância, acabam resultando em perigos para toda a sociedade.
Briga entre torcedores de Vasco e Atlético-PR na última rodada do Brasileiro de 2013. Foto: Geraldo Bubniak |
Foto: Google |
Trânsito em Fortaleza-CE. Foto: Reprodução |
Identificamos como masculino aquele que é racional, viril, competitivo, focado na realização pessoal e no status, independente, forte, etc. Ademais, o homem é simbolicamente dado como norma social e por isso, tendemos a desvalorizar tudo o que não o é, e com isso, muitos homens adotam uma postura de negação doentia da feminilidade, reforçando posturas dadas socialmente como masculinas. Assim, agressividade se torna violência; independência se torna autossuficiência e resistência em pedir ajuda e buscar serviços de saúde, virilidade se manifesta como promiscuidade; racionalidade se torna isolamento e não demonstração de sentimentos etc.
O que se tem observado é que há uma correlação entre essa forma distorcida de masculinidade e problemas como: vulnerabilidade à câncer de próstata e de pênis e DSTs, menor expectativa de vida e maior taxa de suicídio e de abuso de substâncias em relação às mulheres, maior propensão à cometer crimes violentos, assédio sexual e se colocar em situações de risco, desresponsabilização paternal, homofobia, problemas de relacionamento, dentre outros.
A saúde dos homens está ganhando destaque como uma questão que merece especial atenção à medida que surgem mais evidências sobre tendências epidemiológicas diferenciadas entre homens e mulheres, particularmente no que diz respeito à mortalidade prematura de homens por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e sua morbidade, vinculada a comportamentos inadequados em relação à procura de atendimento médico, saúde mental e violência, incluindo homicídios e lesões.
Em quase todos os países do mundo, os homens têm maior probabilidade que as mulheres de morrerem antes dos 70 anos, e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 52% das mortes por doenças crônicas não transmissíveis acontecem entre homens.
As razões pelas quais esses fatores de risco afetam desproporcionalmente os homens estão frequentemente relacionadas às formas em que a sociedade nos educa para que compreendamos nossa identidade e nossas funções como homens e mulheres em relação às responsabilidades familiares, vida profissional, atividades recreativas ou necessidade de acessar os serviços de saúde. Em outras palavras, os comportamentos de risco dos homens e sua subutilização dos serviços de saúde estão fortemente ligados às diferenças de gênero e às normas predominantes de masculinidade, ou seja, o que significa ser “homem”.
Até o momento, são poucas as pesquisas sistemáticas que examinam a relação entre a masculinidade e a saúde dos homens. Ainda que alguns estudos tenham enfoque nas perigosas influências do comportamento masculino, muitos têm sido criticados porque parecem assumir que mulheres e homens têm características psicológicas inatas e necessidades que regem seu comportamento. Em várias análises de saúde com uma perspectiva de gênero, examinaram-se as formas em que as construções sociais da identidade de gênero afetam a saúde. No entanto, esses estudos tendem a se centrar nos efeitos negativos das desigualdades de gênero e das “masculinidades tóxicas” sobre as mulheres e sua saúde, assim como na necessidade de empoderar as mulheres para garantir seu direito à saúde. Muito menos atenção tem sido dada ao nexo entre a natureza de gênero das identidades dos homens e certos aspectos de sua saúde precária.
Para adentrar-se mais ao assunto, confira o vídeo abaixo:
Até mais,
Márian Leal.
Durante o mês de maio, o Governo da Bahia liberou um vídeo
que retrata como a masculinidade tóxica pode levar ao machismo e ao
feminicídio. Além desse vídeo, foram colocados vários outdoors pela cidade de
Salvador, mostrando como esse assunto é importante e precisa ser discutido.
Imagem retirada do Twitter, respostas ao vídeo do Governo da Bahia. |
Imagem retirada do Twitter, respostas ao vídeo do Governo da Bahia. |
Imagem retirada do Twitter. |
Além de se permitir demonstrar sentimentos, se preocupar com a aparência é outro forte fator que foge do padrão de masculinidade imposto nos homens. A vaidade, por ser considerado um atributo feminino, é outra questão da qual os homens são ensinados a se opor. Mas vale a reflexão: O quanto essas regras afetam na liberdade e na personalidade do homem? Quais as consequências de criar uma geração de homens mal-resolvidos com os próprios sentimentos?
Nos próximos posts, traremos mais exemplos de como a masculinidade tóxica pode afetar a sociedade em geral.
Até mais,
Raissa Sobreira