A informação e o estudo são coisas que nos permite sair de visões simplistas para a complexidade que é o indivíduo e a diversidade social.

Exercitar se abrir compartilhando seu comportamento e seus sentimentos, lidar com os sentimentos deve ser o exercício diário. Você deve reconhecê-los, não julgá-los e, se possível, compartilhar com alguém de confiança. Caso contrário você pode reprimi-los, e assim eles podem te sufocar.

Aceite sua vulnerabilidade e se cobre menos, você não precisa ser forte o tempo todo. Você não precisa proteger todos ao seu redor o tempo todo, você também merece ser cuidado e apoiado por aqueles que te amam.

Se desconstruir nesse sentido significa abrir mão dos padrões sociais que conhecemos e substituí-las por algo que comporte a diversidade social.

As suas escolhas são somente suas, se para você o significado de ser homem tem a ver com, por exemplo, gostar de futebol, entenda que esse é um traço individual seu, e que para outro isto pode se dar de forma diferente. A masculinidade tem várias dimensões que podem ser aceitas, e que estão além do seu nariz.

Ouça as mulheres, elas são diretamente prejudicadas pela masculinidade tóxica. Ouça como elas se sentem a respeito de comportamentos ditos como essencialmente masculinos e busque entendê-las.

Seja mais empático, a empatia significa se colocar no lugar do outro, ou seja, ao invés de apenas sair propagando comportamentos tóxicos, se coloque no lugar de quem tem que lidar com as consequências dos seus atos e do ideal de "masculinidade".

Se posicione diante seus amigos.

Se conscientize, repreenda ou informe seus amigos dos malefícios de comportamentos tóxicos, seja diante de comentários de objetificação, violência ou qualquer outro desrespeito à mulher, isso não é ser chato, isso é ser ético. E caso seus "amigos" fiquem com raiva por isso, talvez seja hora de rever suas companhias.
Sabemos que sensibilidade e altruísmo não são valores femininos, e sim as duas qualidades mais lindas que todo e qualquer ser humano pode e deve ter.

Até mais,

Clebson de Freitas

O Brasil é o quinto pais que mais mata mulher no mundo. Em 2018 segundo a Organização Mundial da Saúde o número de assassinatos a mulheres era de 4,8 para cada 100 mil mulheres. Os anos se passavam e os números de Feminicidio só aumentavam, os dados apontam que entre os anos de 1980 e 2013, aproximadamente 106 mil pessoas morreram por serem mulheres.

 No padrão construído em cima da masculinade, o homem deve ser o mais forte dentro de um relacionamento, deve ser aquele que não chora e que se impõe sobre qualquer circunstancia.
Muitas vezes a figura de "Machão" do homem pode leva-lo a tomar algumas atitudes grosseiras dentro de casa. O relacionamento abusivo pode ser um passo para o Feminicidio, o caso de mulheres que sofreram algum tipo de violência em casa subiu ao decorrer dos anos.
E muitas vezes é dentro da própria casa que tudo começa, o primeiro grito, a primeira agressão, o assassinato.

    Foto: Miguel Schincariol

A Masculinidade Tóxica gera o machismo e machismo mata, isso é fato!
Diga não ao machismo, diga não ao feminicido.




Já fizemos um post sobre os perigos da masculinidade tóxica para os homens, clique aqui para ler, mas na nossa pesquisa criada por nós do desentox, que contou com mais de 100 respostas, perguntamos as pessoas se elas tinham algum relato sobre o assunto, algo que já tivessem vivenciado ou presenciado e ficamos chocados com as respostas, recebemos até mesmo casos de estupro. 
Essas respostas nos mostram que a masculinidade tóxica precisa ser abordada mais frequentemente, precisamos falar sobre isso, refletir e mudar os nossos conceitos masculinos tóxicos. Leia abaixo alguns relatos anônimos da pesquisa feita por meio do Google Forms. 











Cada caso mais chocante que outro, é muito entristecedor pensar que padrões simples como a "cor de menino" ou "homem não pode chorar" afeta a nossa sociedade, as nossas crianças e principalmente acarretam diversos perigos ao longo da vida, para todos, homens e mulheres, novamente: precisamos falar sobre isso.

Até mais,
Gisele Cidade

Homem não chora. Não tem sentimentos. Não pode ser "afeminado". Não é fraco. É agressivo. É altamente sexual. E tudo isso são padrões da masculinidade tóxica impostos sobre o gênero masculino. Todas essas imposições na vida do homem desde a infância, acabam resultando em perigos para toda a sociedade

Briga entre torcedores de Vasco e Atlético-PR na última rodada do Brasileiro de 2013. Foto: Geraldo Bubniak
Desde a sua infância os homens são rodeados pelos padrões tóxicos da masculinidade. Brinquedos? Carrinhos, super heróis e bola. Cores? Sempre azul ou cores ditas pela sociedade como cores masculinas, como verde e preto. Andar com meninas? Jamais, só se for pra ter relações amorosas. Imposições que vão ensinando durante o desenvolvimento como ele tem que ser quando crescer. E por causa do "não pode chorar", "tem que ser forte", "o homem da casa", "não pode ser afeminado", "tem que ser valente" e tem que ter relações sexuais com várias mulheres para não ser inferiorizado, é que a masculinidade tóxica acarreta em diversos perigos, vamos entender alguns deles. 


 A MASCULINIDADE TÓXICA E A SAÚDE
Foto: Google
Os homens morrem por achar que não precisam de ajuda médica por causa do padrão de serem sempre os mais fortes e por puro preconceito. Um exemplo é o câncer de próstata, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) a estimativa de novos casos por ano é de 68.220 mil e de mortes por esse tipo de câncer 14.445 mil. O que poderia facilitar o tratamento da doença e diminuir o número de mortes é a detecção precoce que pode ser feita através de uma investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, mas muito deles se sentem inseguros para realização dos exames por falta de informação e preconceito.

A MASCULINIDADE TÓXICA E O TRÂNSITO
Trânsito em Fortaleza-CE. Foto: Reprodução
As estatísticas do Detran-CE (Departamento de Trânsito do Ceará), mostrou que os homens são mais perigosos do que as mulheres. No ano de 2015, dos quase 10 mil acidentes envolvendo vítimas não fatais 7.900 casos eram de homens ao volante e apenas 1.764 de mulheres ao volante. O ex governador de São Paulo Geraldo Alckmin, no inicio de 2016 divulgou dados em que mostram que os homens somaram 77% dos mortos em acidentes de trânsito. 
Quando questionamos isso aos homens, eles respondem com a justificativa de que existem mais homens dirigindo do que mulheres, o que é fato: a minoria de CNH's (Carteira Nacional de Habilitação) são femininas. Mas especialistas no assunto apontam que esse cenário entristecedor é por conta do comportamento masculino agressivo no volante. 

A MASCULINIDADE TÓXICA E AS BRIGAS
Briga entre torcedores organizados do Bahia e Vitória, que contou com diversos tiros.

Além dos homens morrerem por deixarem de realizar exames, adiar idas ao médico, e se arriscar mais no trânsito, provocando acidentes, eles também brigam entre eles mesmos. Por causa do comportamento agressivo ensinado desde a infância, eles abraçam discussões desnecessárias, levam a frente brigas sem um motivo real e etc. E acabam morrendo e matando os outros homens. 

Viram como a masculinidade exagerada é realmente muito tóxica para o homem? Ela também pode causar muitos perigos e inseguranças para mulheres, mas não vamos falar sobre aqui, leia em breve mais posts aqui no desentox

Até mais,
Gisele Cidade



O homem ao exercer  um  cargo em uma empresa, podendo ser o chefe ou não,  é atribuído um  certo controle no setor de onde trabalha,  por ser um gestor se beneficiam da situação para ter poder diante de seus subordinados, principalmente com as mulheres que trabalham ao seu redor, e ainda por ser homem, e acharem  ser melhores que as mulheres  tiram proveito de sua posição para denegri-las.
É ai que  entra a masculinidade tóxica, quando os homens se aproveitam do seu “poder”, para manipular as mulheres, ameaçando-as, muitas das vezes em agressões verbais e em outras chegam até  a ser assediadas sexualmente, a  masculinidade tóxica trata-se do o comportamento do homem na sociedade ,  e nisso também implica no ambiente de trabalho,a atitude deles acabam passando dos limites, as cantadas, ameaças , contato físico forçado pelo homem sob a mulher ,trabalho excessivo fora da sua carga horaria , e nisso as mulheres acabam de submetendo a essas humilhações com  medo de perder o seu emprego , ser julgada pelas pessoas. 
Nós mulheres , não podemos ficar caladas, vamos agir , denunciem.

#Vamosdesentoxicar
Até mais,
Luana Rodrigues

Identificamos como masculino aquele que é racional, viril, competitivo, focado na realização pessoal e no status, independente, forte, etc. Ademais, o homem é simbolicamente dado como norma social e por isso, tendemos a desvalorizar tudo o que não o é, e com isso, muitos homens adotam uma postura de negação doentia da feminilidade, reforçando posturas dadas socialmente como masculinas. Assim, agressividade se torna violência; independência se torna autossuficiência e resistência em pedir ajuda e buscar serviços de saúde, virilidade se manifesta como promiscuidade; racionalidade se torna isolamento e não demonstração de sentimentos etc.


 O que se tem observado é que há uma correlação entre essa forma distorcida de masculinidade e problemas como: vulnerabilidade à câncer de próstata e de pênis e DSTs, menor expectativa de vida e maior taxa de suicídio e de abuso de substâncias em relação às mulheres, maior propensão à cometer crimes violentos, assédio sexual e se colocar em situações de risco, desresponsabilização paternal, homofobia, problemas de relacionamento, dentre outros.
A saúde dos homens está ganhando destaque como uma questão que merece especial atenção à medida que surgem mais evidências sobre tendências epidemiológicas diferenciadas entre homens e mulheres, particularmente no que diz respeito à mortalidade prematura de homens por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e sua morbidade, vinculada a comportamentos inadequados em relação à procura de atendimento médico, saúde mental e violência, incluindo homicídios e lesões.
 Em quase todos os países do mundo, os homens têm maior probabilidade que as mulheres de morrerem antes dos 70 anos, e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 52% das mortes por doenças crônicas não transmissíveis acontecem entre homens.
 As razões pelas quais esses fatores de risco afetam desproporcionalmente os homens estão frequentemente relacionadas às formas em que a sociedade nos educa para que compreendamos nossa identidade e nossas funções como homens e mulheres em relação às responsabilidades familiares, vida profissional, atividades recreativas ou necessidade de acessar os serviços de saúde. Em outras palavras, os comportamentos de risco dos homens e sua subutilização dos serviços de saúde estão fortemente ligados às diferenças de gênero e às normas predominantes de masculinidade, ou seja, o que significa ser “homem”.
 Até o momento, são poucas as pesquisas sistemáticas que examinam a relação entre a masculinidade e a saúde dos homens. Ainda que alguns estudos tenham enfoque nas perigosas influências do comportamento masculino, muitos têm sido criticados porque parecem assumir que mulheres e homens têm características psicológicas inatas e necessidades que regem seu comportamento. Em várias análises de saúde com uma perspectiva de gênero, examinaram-se as formas em que as construções sociais da identidade de gênero afetam a saúde. No entanto, esses estudos tendem a se centrar nos efeitos negativos das desigualdades de gênero e das “masculinidades tóxicas” sobre as mulheres e sua saúde, assim como na necessidade de empoderar as mulheres para garantir seu direito à saúde. Muito menos atenção tem sido dada ao nexo entre a natureza de gênero das identidades dos homens e certos aspectos de sua saúde precária.
 Para adentrar-se mais ao assunto, confira o vídeo abaixo:


 Até mais,
 Márian Leal.

Durante o mês de maio, o Governo da Bahia liberou um vídeo que retrata como a masculinidade tóxica pode levar ao machismo e ao feminicídio. Além desse vídeo, foram colocados vários outdoors pela cidade de Salvador, mostrando como esse assunto é importante e precisa ser discutido.


 O vídeo traz dados de feminicídio e mostra como a criação do homem pode influenciar no desenvolvimento de comportamentos agressivos e violentos. Confira abaixo:


É um vídeo curto e fácil de entender, foi divulgado em várias redes sociais e recebeu vários comentários e elogios a respeito da importância do tema. Mas, previsivelmente, nem todo mundo se agradou com essa campanha.

Imagem retirada do Twitter, respostas ao vídeo do Governo da Bahia.
É inegável que existe (e sempre existiu) um padrão na forma de criar os filhos. As filhas mulheres são ensinadas a como ser uma dama indulgente e uma futura esposa presente nas tarefas domésticas. Já os filhos homens são ensinados a como ser um "macho alfa", provedor da casa e um homem másculo estereotipado. Eles já nascem com seus gostos definidos (como um time de futebol, por exemplo) e são ensinados a negar os sentimentos, pois demonstrar sentimentos é visto como uma atitude “feminina”.

Imagem retirada do Twitter, respostas ao vídeo do Governo da Bahia.

Essa forma de pensar, relacionando a masculinidade do homem a como ele se porta e se posiciona em relação a determinados assuntos, é um dos vários exemplos da masculinidade tóxica. Ao se deparar com um assunto delicado, um "homem de verdade" não pode se abalar, mostrar empatia, pois esses sentimentos são feminilizados. Diante de uma reação contrária a essa, questionar a sexualidade do indivíduo é a primeira 'arma' utilizada. 

Imagem retirada do Twitter.

 Além de se permitir demonstrar sentimentos, se preocupar com a aparência é outro forte fator que foge do padrão de masculinidade imposto nos homens. A vaidade, por ser considerado um atributo feminino, é outra questão da qual os homens são ensinados a se opor. Mas vale a reflexão: O quanto essas regras afetam na liberdade e na personalidade do homem? Quais as consequências de criar uma geração de homens mal-resolvidos com os próprios sentimentos?
 Nos próximos posts, traremos mais exemplos de como a masculinidade tóxica pode afetar a sociedade em geral.

 Até mais,
 Raissa Sobreira